A inteligência artificial não conseguiu romper no uso em massa através de laboratórios ou ferramentas empresariais. Isso aconteceu através de desenhos animados. Semanas após a OpenAI dar ao ChatGPT-4o a capacidade de criar imagens estilizadas, muitas delas semelhantes à animação japonesa, o uso explodiu. Essa mudança – mais do que qualquer comunicado à imprensa ou avanço na pesquisa – pode ter impulsionado a IA além de seu ponto de virada com o público. Sam Altman falou sobre a explosão em um evento TED recente. Ele não deu um número fixo, mas insinuou que a base dobrou desde a atualização. Antes, ele havia mencionado que 500 milhões de pessoas o usavam semanalmente. Agora pode ser mais próximo de um bilhão. Ou cerca de 820 milhões. Ele sugeriu algo semelhante (ou seja, “10 por cento do mundo”). Os números são imprecisos, mas a direção não é. O crescimento começou assim que os usuários começaram a produzir imagens semelhantes às obras do Studio Ghibli. O que começou com personagens de fantasia suavemente iluminados rapidamente se transformou em outros temas virais. Ultimamente, as pessoas têm projetado simulações que se assemelham a brinquedos ou figuras de ação de alta qualidade. Essa mudança de estilo trouxe uma questão mais difícil. Se os usuários criam coisas com base nas assinaturas visuais dos artistas, quem recebe o pagamento? Altman não deu uma resposta sólida. Ele disse que a empresa pode, com o tempo, conectar certos prompts com pagamentos voluntários. Os artistas poderiam se inscrever e receber pequenos cortes. Nada está ativo ainda. Mas o sistema possui blocos que impedem imitações de copiar e colar. Isso é importante. Alguns não perceberam um ângulo legal: as imagens nem sempre são ilegais. No Japão, o Artigo 30-4 permite que os desenvolvedores de IA treinem em trabalhos protegidos por direitos autorais sem permissão. Copiar um personagem ou cena de filme inteiro ainda atravessaria a linha. Mas gerar um visual onírico, ou colocar o rosto de alguém em um quadro pintado à mão, ainda é permitido, a menos que seja vendido. Segundo a lei japonesa, recriar um estilo artístico não é uma infração. Correspondência a um desenho específico é. É aí que fica a linha por enquanto.